Você já reparou nos olhos do seu pet vermelhos, lacrimejando ou com secreção? Esses sinais podem indicar conjuntivite, uma inflamação comum, mas que merece atenção. Tanto cães quanto gatos podem desenvolver conjuntivite, e os sintomas nem sempre são iguais entre as espécies. Entender as diferenças, os sinais de alerta e a hora certa de procurar ajuda veterinária é essencial para preservar a saúde ocular e o bem estar do seu companheiro.

O que é conjuntivite?

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana fina e transparente que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras. Essa inflamação pode ocorrer por diversas causas e se manifestar de forma leve ou mais intensa, dependendo da origem e da resposta individual do animal.

A condição pode afetar um ou ambos os olhos e causar bastante desconforto. Embora seja mais frequentemente associada a causas infecciosas ou alérgicas, a conjuntivite pode ser também sintoma de outras doenças mais graves.

Cães e gatos podem ter conjuntivite?

Sim, ambos podem desenvolver conjuntivite, mas existem algumas diferenças importantes entre as duas espécies em relação às causas, frequência e manifestações clínicas.

Nos cães, a conjuntivite pode ser provocada por alergias, corpo estranho, olho seco, infecções, traumas ou alterações palpebrais, como entrópio. Já nos gatos, é mais frequente a origem infecciosa, com destaque para o herpesvírus felino (FHV-1), clamidiose e micoplasma, principalmente em ambientes com muitos animais ou com baixa imunidade.

Os sintomas são iguais em cães e gatos?

Embora alguns sinais sejam semelhantes, há diferenças importantes na forma como a conjuntivite se manifesta em cães e gatos. Abaixo, destacamos os principais sintomas:

Sinais comuns em ambas as espécies:

  • Olhos vermelhos;
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Secreção ocular (clara, amarelada ou esverdeada);
  • Inchaço nas pálpebras;
  • Coceira e sensibilidade à luz;
  • Piscar em excesso ou dificuldade para manter os olhos abertos.

Nos gatos, é comum que a conjuntivite venha acompanhada de crises recorrentes, espirros e secreção nasal. Já nos cães, a presença de olho seco e coceira intensa pode estar associada.

É importante observar o comportamento do pet: mesmo quando os sinais físicos são discretos, se o animal estiver mais quieto, com dificuldade para abrir os olhos ou se mostrando incomodado, já é um sinal de alerta.

Quando buscar ajuda veterinária?

Ao menor sinal de alteração ocular, o ideal é procurar um médico veterinário oftalmologista. Mesmo casos leves podem se agravar rapidamente, quando não tratados de forma adequada, podendo evoluir para complicações mais graves, como úlceras de córnea ou perda de visão.

Algumas situações em que a consulta com o oftalmologista veterinário deve ser imediata:

  • Secreção ocular espessa e persistente;
  • Dificuldade de abrir os olhos;
  • Olho inchado ou com aparência opaca;
  • Dor ao tocar nos olhos;
  • Recorrência dos sintomas;

Vale lembrar que nunca é indicado usar colírios por conta própria, mesmo aqueles usados por humanos. Alguns medicamentos podem agravar o quadro e até causar lesões irreversíveis nos olhos do pet.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da conjuntivite é feito através de um exame oftalmológico completo, com exames como Teste de Schirmer (para medir a produção de lágrimas), Teste com fluoresceína (para detectar lesões na córnea), entre outros. O veterinário irá avaliar o olho com instrumentos adequados e, se necessário, poderá solicitar exames complementares, como por exemplo:

  • Citologia da secreção ocular
  • Exames laboratoriais

Cada tipo de conjuntivite exige um tratamento diferente, por isso a avaliação precisa é tão importante.

E o tratamento?

O tratamento da conjuntivite depende da causa: colírios antibióticos, antivirais, lágrimas artificiais ou anti-inflamatórios. Além do uso dos colírios ou pomadas prescritos, a higiene dos olhos, com soro fisiológico ou produtos recomendados pelo veterinário é parte importante do cuidado.

A conjuntivite em pets é uma condição comum, mas que não deve ser subestimada. Cada caso é único, e o tratamento só deve ser iniciado após avaliação profissional. Com o diagnóstico correto e os cuidados adequados, seu pet poderá se recuperar rapidamente e com conforto.